À gratidão de ser único

Intransigência ficou para trás.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Maldito sentimento zombador que insiste por diversas vezes gritar dentro de mim e fazer do meu querer nada mais que um patético anseio, para que tanta dor, para que essas lágrimas, porque sentir saudades, estúpido, incoerente e indeciso sentimento que nos abraça calorosamente e com tanta frieza que não tem forma, não tem idade e não tem sexo, idiotas todos aqueles que tentaram descrevê-los e a todos aqueles que por prepotência, arrogância ou afronte o quiseram experimentá-lo, que a angustia de senti-lo não per-passe um único momento além do que deva ser sentindo, que a indecência de ousá-lo desfrutar tão puro e destrutivo momento de alegria na derrota em que somos embriagados pelo amor.
Sofro de uma estranha inquietação que não sabia que existia, passo a deixar de gostar de algumas pessoas quando começo a gostar de mim, narcisismo? Confesso que não sei, o que aprendi guardando todas aquelas mágoas, aquele cinismo, decepções, frustrações, inquietações e descobrindo a estranha e nova maneira de gostar de mim, se tornou maldita para alguns e benditas para outros hoje, sei que perdi referencias, entendi que verdade absolutas são para idiotas, que ninguém é fútil ou um grande intelectual se verdadeiramente não se fizer ser e que eu... eu não acho mais nada sobre ninguém, porque eu já não entendo mais nada que passa em mim e que vulgar os outros seria uma temeridade ao que vocês dizem que é minha inteligência.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mil Perdões
Chico Buarque

Te perdôo
Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais

Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim

Te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti
Te perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)

Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair

domingo, 23 de maio de 2010

Não me sai da cabeça a demência que comanda meus pensamentos em torno de um tal relacionamento amoroso, já sei onde está o erro, ele tem meu nome, tem meu jeito, tem minhas ações, mas de que adianta saber disso se a cada novo recomeço o erro se faz grandioso e se torna maior que minha vontade, incrível estupidez na qual me desdobro, incrível incapacidade de ser o que talvez eu não saiba mas verdadeiramente queira, descobri por que não gosto de palhaço, eu não gosto de me ver nas coisas e assim me sinto, um verdadeiro palhaço dos meus sentimentos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Há mulheres que, por mais que as pesquisemos, não têm interior, são
puras máscaras. É digno de pena o homem que se envolve com estes seres
quase espectrais, inevitavelmente insatisfatórios, mas precisamente eles
são capazes de despertar da maneira mais intensa o desejo do homem: ele
procura a sua alma - e continua procurando para sempre.
Friedrich Nietzsche

terça-feira, 18 de maio de 2010

OSTRA FELIZ NÃO FAZ PÉROLA

“Ostras são moluscos, animais sem esqueleto, macias, que são as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas – são animais mansos – seriam uma presa fácil dos predadores. Para que isso não acontecesse a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem. Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostra felizes porque de dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostra felizes se riam dela e diziam: “Ela não sai da sua depressão...” Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de suas aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava. Um dia passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a sua rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-as para a sua casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras de repente seus dentes bateram numa objeto duro que estava dentro da ostra. Ele tomou-o em suas mãos e deu uma gargalhada de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou a pérola e deu-a de presente para a sua esposa. Ela ficou muito feliz...” Ostra feliz não faz pérolas. Isso vale para as ostras e vale para nós, seres humanos. As pessoas que se imaginam felizes simplesmente se dedicam a gozar a vida. E fazem bem. Mas as pessoas que sofrem, elas têm de produzir pérolas para poder viver. Assim é a vida dos artistas, dos educadores, dos profetas. Sofrimento que faz pérola não precisa ser sofrimento físico. Raramente é sofrimento físico. Na maioria das vezes são dores na alma.
Rubem Alves

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Somos perfeitos idiotas, nunca me canso de lembrar do Ícaro com suas asas fortes e viris e sua prepotência e arrogância que mal cabia nele, acho que assim somos quando estamos apaixonados e sendo amantes perfeitos, mas só quando nós achamos amantes perfeitos. O sol é nossa razão angustiada sendo colocada de lado tentando gritar, explodir e nos mostrar não somos capazes de coisa tão esdrúxula como diria o Pessoa. Desculpe, estúpido não é o sentimento, é o que fazemos com ele, é como somos imersos a nele... Ícaro, ja foi bem mais romântico para mim, hoje é como fel, engasgado a cada momento de reflexão um pouco mais demorada.... e como não podia deixar de esquecer do Egeu, mar enorme como nossas desilusões, das mais sinceras as mais vingativas, porém é a única coisa que nos faz voltar a terra firme.

domingo, 16 de maio de 2010

Magnífico exorcismo necessário, engasgado, passional, doloroso, feliz e dialético... Foi necessário, está sendo, sei que é louco mas amar não é loucura, é algo quixotesco ainda sonhar que exista em qualquer uma a MINHA Dulcinéia... Triste e serena dor essa que mesmo curada, ou mal curada terá das suas cicatrizes, e quem vai pagar? eu? o amor? a que dor-avante vier? Chega de lirismo, chega de fantasia, chega de verão, de primavera, chega de chegar as coisas, não vai existir um recomeço, ou um começo sei lá, vou é viver, ainda com aversão o maldito carpe diem mas hoje torno-me um hipócrita em aceitá-lo, tomara que não me entregue ao essa fugacidade, futilidade e imediatismo moderno, pós moderno, sei lá e pouco importo... Só não quero ser incrédulo como deveria ser... Nada é para ontem, as coisas tem o tempo delas...A lição que fica clara é que água de mais mata a planta...

sábado, 15 de maio de 2010

Bendita a falsidade que nos agrada e nos transforma em pessoas ideais, perfeitas que jamais seremos, lindos, cheirosos, calorosos, carinhosos e líricos abraços de quem mais esperamos e queremos, sombrias essas punhaladas de maneira sutil, doce e alegre que nos apresentam, enquanto isso a verdade se evidencia naquele sorriso de canto de boca como se quisesse gritar: Burra, nada mais que burra toda essa arrogância escondida atrás dessa fragilidade enganadora e leviana que construistes com esses nossos sorrisos enganosos que nada mais nós faz sentir esse nojo, desse não aguentar que temos de ti... Já perdeu o que deveria, não está mais ali não é? porque não aguentou estar aqui, você não consegui prendê-lo? não... e nem poderia talvez precise de mais, de bem mais que essa falsidade que construirmos em você, não chore, não tenha os olhos marejados, a boca e mãos trêmulas de saudade de não entender o que você nunca se deixou entender, não olhe para baixo, não cometa essa bobagem, a distancia que te colocamos não é essa que poderá ver com seus prórios olhos longe dos nossos colos...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Porque nossos amigos tem que ser tão duros, sempre com aquele jeito doce, aquela pergunta de... posso te falar uma coisa... foi bem melhor assim, nem era para ter acontecido, sempre te achei idiota fazendo isso ou aquilo, você devia mais, você merecia mais, você perdeu mais, eu não queria saber disso tudo, ja não me resta a essa maldita dor aqui, gritando, calorosamente todas as verdades na minha cara, fazendo daquelas lembranças, daqueles gostos, sorrisos, daquele cheiro, daquele sonho.... uma mentira no final. Maldito e bendito sejam quaisquer finais, para alguns a vida termina nesse luto preto, envergonhado, inquietante, revoltante, para mim nesse luto branco... sem cor, sem sentimento, sem o que era para ser, sem ser vivido um sonho, a vida se torna uma só, ali entre os seus, entre aqueles que te entendem, compreendem, elogiam, te acham o melhor, te dizem que isso foi maravilhoso, vai ser perfeito agora e foi bom para você aprender... idiotas, comediantes, estúpidos, incrédulos, matutos, como podem julgar qualquer futuro que não aconteceu, que não vai mais acontecer... agora o futuro é nosso, é de vocês, para alguns a simples vida de coisas pequenas e carinho, desejo, risos, conversas e desejos pequenos como tudo pequeno, a outros a eterna compreensão dolorosa do complexo do desejo ilimitado do sofrimento deliberado pela dor da falta de compreensão de tempo, de inteligência e de calma... enfim... não se pode pensar grande tendo uma vida pequena... é preciso pensar grande , gigante, homericamente e fazer dos seus, ilimitados para te satisfazerem, que a arrogância, o egísmo, a ingratidão, o cinismo e a prepotência não me contagiem e que essa Ilíada não pare... eu não sei que vai parar, as lacunas que enquadravam foram rompidos, quero reviver minha inconstância, meu descontrole, minha loucura, meu sem fim...
Lastimável essa ingratidão, prepotência, esse ar arrogante e pseudo intelectual, como foi duro, tortuoso, injusto, incoerente participar dessas escolhas cada mais mais insensatas, estúpidas, sem sentimentos e a beira da falta de nexo. Benditos sejam os amigos, os seus, os meus, os nossos e o mesmos, bondosas, coerentes, simples, sinceras, duras, fortes, compreensivas e justas palavras que saem das suas bocas, que parecem gritar me bater para que eu entenda que onde fui ninguém mais faria se não fosse um capacho, um sem idéias e qualquer um daqueles que já tinha acostumado, e que nessa vida ja tinha se contentado; o susto cada vez maior se fazia pelas portas abertas, sonhos, prazeres, promessas e desprazeres feitos e refeitos e que agora eu vejo que não eram feitos por mim mas por aprovação que não saia de mim.

Maldito mas bendito desse coração que resolveu apaixonar se, amar, cair, levantar, adoecer... ser marcado e tracejado por uma faixa preta que talvez jamais venha a sair, mas nada vai o impedir de ser grade, porém que ele não escute Cartola e leve o cinismo que sempre levamos de legado, que ele novamente sofra, ria, chore, se apaixone, se mostre fraco, forte, homem, menino, mas que ele nunca se faça mesquinho, ingrato, sujo, cego, nem intransigente, que ele seja e me faça como sempre grande, pois isso aqueles meus, seus, nossos e muito outros amigos afirmaram que é eu sou, minha cabeça não pode estar para baixo, o orgulho de ser o melhor de mim recheado de inúmeros defeitos erros, de ser burro, acabou quando pude escutar um voz doce que não tinha mando nem desmandos só a sabedoria que poucos tem.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Santas bocas que sempre gritaram, espancaram, insistiam como um mantra tudo aquilo que já se tornava repetido, exaustivo, totalmente compreensivo e sem nenhuma margem para que minha burrice passional já não quisesse ouvisse mais, não adianta querer, subverter, mudar, transformar o que a indelicada e estúpida intransigência cega e infantil não queria ouvir, Brutos apareciam de todas as partes com a mesma repetência de fala: secos, diretos e silenciosos, queria que cada uma dessas desgraçadas bocas resolvessem gritar e mostrar, mas isso não cabe a mim, não sou amigo, colega, progenitora, cabem a vocês acabar com essa covardia, porém não se iludam, não foram vocês que diminuíram nenhuma daquelas qualidades, aquelas belezas, aqueles desentendimentos ou afloraram toda aquela ignorância cega, aquela inquietude pelo ontem, por todas essas urgências que desestimularam e emanciparam uma intransigência demente ou qualquer forma de amor vivido por uma justiça egoísta e discutível, maldita a carência que se esconde em um vampirismo lindo e sutil. Estúpida minha prepotência que tenta fugir do óbvio, não podemos ser o que não somos, cada um merece de nós o que temos de melhor ou a única coisa que sabemos dar, assim nós nos merecemos. Escrevo isso por mim e por eles.
Desgraçado você e suas falas Chico, sempre a melhor das palavras nos momentos mais doídos, tristes e refleximos, para que me falar tanto, para que tantas verdades, acusações, insinuações para alguém que mais poderia ser um leviano qualquer, porque fazer de mim um ouvinte tão especial, para que palavras tão fortes, duras nessas melodias bonitinhas? Sou igual a você, eu não presto, eu não presto, tamanho lirismo, para me chamar de idiota? Quer me mostrar o que? que eu não posso ser egoísta ter minhas vontades? não... não posso... Posso prestar como o outro presta como ela prestou jamais como eu, mas ela prestou tanto quanto eu, tantas lágrimas afetivas, sexuais, limpas nos melhores dos meus momentos e para que isso? para nada, eu não presto não é Chico? E Infelizmente não presto como você Senhor Francisco de Hollanda.

Preparando meu outono

Malditas sejam quaisquer lembranças que nos tiram nossos sorrisos, engasgam nossas gargantas, despertam qualquer maldito ódio, rancor próprio; que o tempo passado seja passado, que o aprendizado sirva só e unicamente para nos mover, que os próximos, as próximas não sejam embriagadas por esse sentimento, não possam ser degustadas pelo maldito engano presente na garganta que nos impede de ver a realidade pelos olhos embebecidos pela tortura da poesia e do lirismo não completados, patética a realidade que nos tampa estupidamente a visão e fecha nossos olhos para nossa própria visão de quem achamos que somos mas que esse nunca de verdade seremos, que as bocas fechadas, fingidas, covardes se abram e mostrem que o rei ri do bobo da corte porque esse é como seus súditos lhe veem.

Que o futuro não se faça pelos meus anseios nem pelos conselhos alheios, que eu sofra, que eu ria, que junto com os outros possa ser grande, que sozinho não me faça pequeno, que seja grande para que junto de alguém não me torne apenas um mas que eu seja usado e use a grandeza de cada um para que nossa relação única não apague quem somos verdadeiros, que o futuro que ai virá não o que eu quero nem que o mundo tem pronto para mim, que eu construa minhas infelicidades, minhas dores, meus sorrisos, minhas alegrias, meus amores, minha paixões e que essa me entorpeça de uma loucura tão real que ela se torne real. Não, não desisti de sonhar, mas preciso ainda deixar de sonhar o sonho que não era para ser meu, esse só pode ser vividos por outros, talvez por aqueles de sonhos feitos e prontos mas não de desejos de vários querer e não querer.