À gratidão de ser único

Intransigência ficou para trás.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Preparando meu outono

Malditas sejam quaisquer lembranças que nos tiram nossos sorrisos, engasgam nossas gargantas, despertam qualquer maldito ódio, rancor próprio; que o tempo passado seja passado, que o aprendizado sirva só e unicamente para nos mover, que os próximos, as próximas não sejam embriagadas por esse sentimento, não possam ser degustadas pelo maldito engano presente na garganta que nos impede de ver a realidade pelos olhos embebecidos pela tortura da poesia e do lirismo não completados, patética a realidade que nos tampa estupidamente a visão e fecha nossos olhos para nossa própria visão de quem achamos que somos mas que esse nunca de verdade seremos, que as bocas fechadas, fingidas, covardes se abram e mostrem que o rei ri do bobo da corte porque esse é como seus súditos lhe veem.

Que o futuro não se faça pelos meus anseios nem pelos conselhos alheios, que eu sofra, que eu ria, que junto com os outros possa ser grande, que sozinho não me faça pequeno, que seja grande para que junto de alguém não me torne apenas um mas que eu seja usado e use a grandeza de cada um para que nossa relação única não apague quem somos verdadeiros, que o futuro que ai virá não o que eu quero nem que o mundo tem pronto para mim, que eu construa minhas infelicidades, minhas dores, meus sorrisos, minhas alegrias, meus amores, minha paixões e que essa me entorpeça de uma loucura tão real que ela se torne real. Não, não desisti de sonhar, mas preciso ainda deixar de sonhar o sonho que não era para ser meu, esse só pode ser vividos por outros, talvez por aqueles de sonhos feitos e prontos mas não de desejos de vários querer e não querer.

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